quarta-feira, 29 de novembro de 2017

OS SINDICATOS,OS PARTIDOS E A DIGNIDADE DO TRABALHO!



A dignidade do trabalho passa por medidas concretas para melhorar a vida material, cultural e espiritual de quem trabalha!Passa pelo salário justo, ou seja, pelo salário capaz de sustentar com dignidade o trabalhador e a respetiva família.
A luta pela dignidade do trabalho,porém não passa apenas pela necessária valorização salarial,mas também pelo reforço do poder dos trabalhadores nos locais de trabalho, pela segurança e saúde, conciliação da vida familiar e profissional, enfim pela defesa , consolidação e alargamento de direitos laborais e sociais que contribuem no seu conjunto para a qualidade de vida, cidadania e bem estar dos trabalhadores.
Os partidos da direita fazem do atual momento de luta dos trabalhadores uma ameaça para o estado,para as conta públicas.Receiam que o descongelamento das carreiras na Função Pública sobrecarreguem o orçamento do Estado, mas não dizem uma palavra sobre os milhões para o sistema financeiro e para salvar empresas de duvidosa viabilidade.A direita considera, por um lado que os sindicatos fazem o jogo da «geriongonça» e, por outro, que as lutas dos trabalhadores são uma «chatice» e que as suas reivindicações, nomeadamente o aumento do salário mínimo são incomportáveis!O que a direita quer é a paz social fruto do desemprego e precariedade, da intensificação e embaratecimento do trabalho.
Ora, os sindicatos portugueses, apesar das dificuldades organizativas e políticas não aceitam que a economia cresça, o PIB aumente, e aqueles que são os principais autores desse crescimento não colham alguns frutos.Estamos no nosso pleno direito e é nossa vocação.
Todavia, enquanto a luta sindical é adequada ao momento atual tenho dúvidas quanto á tática e estratégia política dos partidos da esquerda.Se estes partidos mais não fazem do que secundarizar as lutas sindicais ou avançar com reivindicações  e exigências posteriormente assumidas ou não pelo movimento sindical, sem uma visão de futuro,poderemos ter o regresso da direita a curto prazo.Neste domínio nota-se até uma competição partidária para ver quem arranca mais ao governo PS.
Ora, esta alternativa de governação não pode ser meramente conjuntural, para sacar o máximo do Estado, numa tática anarquizante,eleitoralista e oportunista, que não anarquista.Com o regresso a curto prazo da direita à governação tudo poderá ser novamente reversível e até com nova erosão dos direitos laborais, como a questão do direito à greve e despedimentos,ou dos direitos sociais, como o SNS e a educação
É tempo de se lançarem os alicerces de uma nova geringonça mais substancial com acordos no domínio do papel e funções do Estado social, relações laborais e qualificação.Escolhendo essa via os partidos da esquerda vão ao encontro da maioria dos seus eleitores, quiça não de todos os militantes.Porém marcarão a história política do País e fundamentalmente marcarão a vida do povo português!Para melhor, claro!

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