sábado, 18 de fevereiro de 2017

ACIDENTE NA SAPEC: continuamos a brincar com o fogo!

«0 incendio de terça feira ,dia 14,na SAPEC Agro,em Setúbal, que libertou uma nuvem de dióxido de enxofre, revelou as fragilidades do País em matéria de segurança industrial, expondo lacunas legais e até falta de meios».É desta maneira que o jornalista do Público,Francisco Alves Rito,inicia a sua peça esclarecedora  de ontem naquele jornal.Diz ainda aquele jornalista que  «não houve medições no local da SAPEC feitas no dia do acidente e as medidas cautelares foram tomadas mais de 24 horas depois...».
Será que esta revelação nos surpreende?Claro que não!Agora vejam o que poderia ocorrer às populações, aos trabalhadores e aos bombeiros se, por acaso, os fumos não fossem de enxofre mas de um tóxico mais grave!
Este acidente industrial de alguma gravidade que lesou as populações, as águas e o ambiente vai ficar impune?Quem vai fazer um inquérito rigoroso ao que ocorreu sob ponto de vista ambiental e sobre a saúde das populações?E os trabalhadores da SAPEC?O que aconteceu aos trabalhadores? Funcionaram as medidas de proteção e combate ao incêndio e à propagação dos fumos?O sistema de prevenção falhou porquê?Como vão ser apuradas as responsabilidades?
0s sindicatos de Setúbal lançaram algumas interrogações para as quais duvido que tivessem resposta.«Foi com algumas interrogações que a União de Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN, viu o comunicado da Direcção Geral de Saúde emitido ontem, dois dias após ter acontecido o acidente nos armazéns da SAPEC”, refere a União dos Sindicatos de Setúbal.
Aquela organização sindical pergunta se, do ponto de vista da prevenção, da segurança e saúde no trabalho, existe algum plano de prevenção para o Parque da Mitrena, quando existe libertação de produtos químicos.
Na mesma linha de preocupações, a União dos Sindicatos questiona se foi activado algum plano de prevenção hospitalar para dar resposta às questões de saúde da população e trabalhadores com doenças crónicas e dificuldades respiratórias.
Esta situação é grave!Neste momento os sindicatos deveriam estar informados sobre as matérias que questionam.Sabemos que existem naquele Parque Industrial pelos menos seis empresas que produzirão tóxicos mais perigosos!!Como funcionam os sistemas de segurança e saúde naquelas empresas e o sistema de proteção civil?
Parece que em todo o país existem 200 empresas registadas na Agência Portuguesa do Ambiente como industrias perigosas.A região da Grande Lisboa é a que tem mais empresas deste tipo.Falta a regulamentação do decreto-lei nº 150/2015 de 5 de agosto que aplica a  Diretiva Comunitária nº2012/18/UE.E faltam meios adequados de prevenção e, muito importante, falta uma cultura de segurança!Continuamos a brincar com o fogo e não estamos a prevenir devidamente o País das catástrofes e dos acidentes industriais graves! 


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