terça-feira, 8 de novembro de 2016

CRESCER E C0MPETIR PARA QUÊ?

 0 Ministério do Trabalho  e a Inspeção do Trabalho de Portugal fazem um século este ano e a Organização
Internacional do Trabalho -0IT já prepara também o seu centésimo aniversário em 1919.Em todos os debates e atos comemorativos está presente o tema do futuro do trabalho! 0 trabalho tem futuro tal como agora o conhecemos?Teremos todos trabalho ou emprego no futuro?Qual o papel da OIT e das inspeções do trabalho num mundo global?
Questões pertinentes para todos responderem em particular os governos, investigadores sociais e organizações de trabalhadores.É importante lembrar que o emprego à moda ocidental existe apenas numa parte do mundo.Em vários cantos do globo o trabalho é informal sem regras mínimas onde a exploração dos trabalhadores se faz de forma descarada, em que muitas vezes nem estes têm consciência do facto, da opressão e exploração a que estão sujeitos!As normas da OIT e a ação das inspeções do trabalho servem para minorar o imenso sofrimento de milhões de seres humanos que todos os dias são obrigados a trabalhar, por vezes em condições terríveis!
Nas últimas décadas vemos o caminho que o trabalho assalariado, clandestino ou legal, efetivo ou precário, está a percorrer.De forma leviana e movidos por interesses economicistas e interesses pessoais, a maioria dos governos abrem o caminho à precariedade laboral,à desvalorização salarial ,à humilhação e à perda dos direitos dos trabalhadores!A competitividade das empresas é o novo dogma económico a par da necessidade de promover o crescimento.Dogma que nem as esquerdas nem as direitas contestam abertamente!Embora de modo diferente todos querem maior competitividade das empresas e mais crescimento.Será importante perguntar, maior competitividade e crescimento para quê?Respondem os papagaios do sistema:para colocar produtos no mercado mais baratos e distribuir a riqueza do crescimento!
 Sabemos que este dogma encerra uma espiral de morte para o planeta a nível ambiental e social.É impossível o crescimento ilimitado e as desigualdades têm aumentado com a competitividade, embora seja verdade que camadas importantes acederam ao consumo nos países emergentes como a China e o Brasil!A lógica de produtos cada vez mais baratos à custa do trabalho escravo, mal pago e precário leva a injustiças e revoltas sociais importantes!
0 problema está no modelo!Para se viver com qualidade não é necessário destruir o planeta num consumo infernal de uma minoria e na miséria de metade da humanidade!A esquerda terá que se diferenciar da direita de forma mais clara.É necessário um modelo económico e social que não estimule o consumo irracional, egoista e hedonista! Que não crie constantemente novas necessidades para uma minoria mas satisfaça as que são básicas a todos!Que não estimule a competitividade mas que a regule a nível global!A competitividade deve ter limites.Quais?os direitos humanos, sociais e laborais,o trabalho digno!A globalização económica exige a globalização dos direitos humanos, sociais e culturais.Esta é a grande luta!Não é apenas uma luta de classes, é também uma luta e responsabilidade pessoal, de consumidor e produtor!

Sem comentários: