terça-feira, 22 de novembro de 2016

0S JOVENS E O SINDICALISM0!

Num recente seminário internacional sobre o desemprego juvenil os participantes interrogavam-se sobre as
razões da ausência dos jovens na vida sindical.Presente estava inclusive um dirigente jovem da CES-Confederação Europeia de Sindicatos e vários jovens da Plataforma Jovem do Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores- EZA.
Não é fácil responder a esta questão!Mas creio que os sindicalistas continuam a não dar a necessária importância a esta matéria.Creio que alguns olham paternalmente para os jovens e esperam que estes os copiem nos ideais e nas formas de trabalhar.É uma tentação fácil!Esquecem que as novas gerações são muito mais habilitadas e autónomas, não gostam das formas hierárquicas e burocráticas de trabalho e preferem redes simples de trabalho, sem grandes responsabilidades que impliquem empenhamentos para a vida!Em geral não gostam do profissionalismo e partidarização  sindical.Com exceção, claro, dos jovens que querem fazer carreira partidária.
Por outro lado, as escolas e os «media» enaltecem o empreedorismo e o voluntariado e  esquecem ou hostilizam o sindicalismo!Em quantas escolas se fala de sindicalismo?E quando se fala o que é que se diz?Inclusive nas escolas profissionais fala-se de sindicalismo com naturalidade?Não!
0ra esta realidade, particularmente aguda em Portugal, não favorece o envolvimento de mais jovens no sindicalismo, nomeadamente no local de trabalho!Claro que temos o aumento da precariedade que afeta muito especialmente os jovens trabalhadores!Esta realidade não ajuda!Mas, o mais grave é a  existência de uma cultura anti sindical, uma cultura individualista e não solidária!
Como explicação não podemos também ignorar que a emergência do sindicalismo livre em Portugal surgiu com uma Revolução e foi um dos seus principais motores! 0 sindicalismo foi essencial para as transformações sociais e económicas do Portugal de Abril!Esse foi o seu adn e, como tal, imperdoável para as classes patronais e dominantes.Mas é com estes constrangimentos que temos que trabalhar, apoiando e abrindo espaços para que os jovens se organizem e tomem nas suas mãos as suas organizações!

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